Obra do mês de fevereiro: Cartas de Mário de Andrade a Manuel Bandeira, 1958

10 de fevereiro de 2021

Em 11 de fevereiro de 1922, iniciava-se a Semana de Arte Moderna, movimento inspirado na vanguarda europeia e que foi responsável pela instauração de um novo momento para as artes brasileiras, quando tanto a ideia quanto a estética da arte foram modificadas. O movimento modernista propunha mudanças de conceitos e de costumes no fazer artístico que incluíam desde a libertação de cânones da arte quanto a tessitura social e política do país, inaugurando novas formas de pensar, de representar, de compreender e de produzir arte.

Essas transformações pela arte representam, na prática, uma renovação de linguagem, a busca por uma experimentação estética e temática, uma tentativa de liberdade na criação e, ao mesmo tempo, a ruptura com o passado literário e artístico. É neste contexto de inovação que surge o grupo modernista no Brasil, com nomes representativos das mais diversas e plurais manifestações artísticas, tais como Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Manuel Bandeira, Villa-Lobos e Sérgio Buarque de Hollanda.

Partindo desse contexto tão importante para história da arte brasileira, destacamos para Obra do Mês, Cartas de Mário de Andrade a Manuel Bandeira, do ano de 1958, organizado por Manuel de Bandeira. A obra é uma coletânea de cartas trocadas que registram o compromisso estético na vida cultural, bem como as aflições, produções, incertezas, discussões sobre o fazer poético e o lirismo, opiniões e críticas sobre as criações que encontram na correspondência trocada um espaço de impressão do percurso histórico-poético-cultural da sociedade em que viviam, inclusive do movimento modernista.

A obra Cartas de Mário de Andrade a Manuel Bandeira é, portanto, uma importante referência para estudiosos da área de linguagens, literatura, comunicação social, história, antropologia por registrar nas missivas as impressões e s construções teóricas e práticas relevantes do movimento modernista. O livro encontra-se no acervo Dr. Severino Bezerra de Carvalho, pertencente à Biblioteca de Obras Raras Átila Almeida, da Universidade Estadual da Paraíba

Texto por: Ana Carolina  Aragão

Fotos por: Paulo Alves